quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Trilha Marsilac - Usina Rio Capivari e Cachoeira do Jamil

Essa trilha é no extremo sul da Cidade de São Paulo. Já fui 4 vezes, a primeira em 2004.

Vou refazer meu ultimo relato que foi em 2011 e espero ajudar quem queira conhecer esse paraíso perdido em plena Sampa:

Fomos até o último bairro da zona sul  de São Paulo, bairro da Barragem. Saímos as 6h da manhã do metro Vila Mariana até o terminal Parelheiros. De lá pegamos outro ônibus até o bairro da Barragem (ponto final).

Chegamos na Barragem, um bairro bem simples. Nem parece que estamos na selva de pedra chamada São Paulo. Bastante verde, pessoas humildes e pouco comércio. Compramos agua, um vinho e alguns biscoitos e pé na estrada.

A estrada é bem aberta e é paralela a linha do trem (Antiga Sorocabana 1935). Depois de caminhar por volta de 40m/1h chegamos na linha do trem. Era só descer até o túnel 25 (a contagem é de baixo para cima da serra).

Na altura da propriedade do Jamil, havia um comando da policia militar e guarda municipal barrando todos que desciam sentido a usina (caminho que iriamos passar), rapidamente, desviamos o do comando avisando que iriamos entrar na cachoeira do Jamil e acampar por lá. Ufa. sorte... por pouco a trilha não acaba ali.

Concordo com esse bloqueio, pois na Usina já morreram muitas pessoas e recentemente no carnaval mais uma pessoa se acidentou. Fora o pessoal que destrói e suja a região. Fica muito difícil a policia descobrir quem é responsável e ecologicamente correto.

Bom, resultado, ficamos o dia inteiro no Jamil esperando o comando ir embora. Nadamos na prainha, fizemos almoço, cochilamos, demos bastante risada com o caseiro, o Paraná e seu "caneco de couro" 
Cachoeira do Jamil

A Cachoeira do Jamil é a junção dos dois rios, Monos e Capivari. OooO Agua gelada. Nem peixe tem nesse rio. Chegamos na Prainha, local gostoso para tomar sol e nadar. Só que cuidado nessa piscina natural. O rio tem uma correnteza forte por baixo e é perigoso ele te jogar para o fundo. Nade proximo ao banco de areia e não deixe que a agua cubra sua cabeça.

Depois de uma hora por ali, voltamos pela trilha, passamos nas pedras, ali mais algumas piscinas e voltamos para o QG para fazer almoço.

Almoço, nem falo nada, Minduim, assumiu as panelas, saiu aquele rango: Arroz integral, tabule, feijão com linguiça, batata palha e ate umas jalapengos.

Depois ficamos ali de bobeira tomando cervejinha, Marcelo tocando o violão, Cris cantando e esperando a noite chegar.

A noite chegou para mim, o minduim e a Cris, para o Marcelo não. PT. queimou a largada antes das 21h. rsss Nessa hora estavamos escutando o sonzinho via ipod, comendo batata assada com molho de requeijão, alho e tomate seco e acompanhado de vinho.

Viajamos com os vaga-lumes dos olhos iluminados e por volta da meia noite todos estavam dormindo. O bom que não colocamos o teto nas barracas, então deu para dormir bem frescos.

Acordamos 8h da manhã e após o café, fomos conhecer a cachoeira da Usina. Só seguir pelo trilhos, antes do túnel 27 tem a entrada a direita para a trilha. Do Jamil até a Usina dá umas 2h. Rolou umas emoções até chegar lá. Passamos entre os vagões de trem parados que podiam andar a qualquer momento.

Chegando na usina, aquela velha ponte que um dia passávamos por cima, está só a carcaça. Optamos ir por baixo, atravessando o rio. A Usina está totalmente com o mato dominando, pessoal que acampa por ali destruiu tudo infelizmente, só sobraram os muros das casas. Calor estava forte, agua refrescante. Encontramos um pessoal por ali, nos despedimos e fomos até a casa das maquinas, trilha que segue por trás das casas. Agora tinha uma bela pirambeira para descer.

A casa se já estava destruída a uns 4 anos atrás quando fiz essa trilha, agora estava destruída² e cheia de lama. Uma pena. Fomos em outra queda d agua, descemos pelas pedras lisas e avistamos a queda principal da Cachoeira da Usina. Fantástico.
Cachoeira da Usina

Cachoeira da Usina
Ficamos ali parados alguns minutos, escalamos as pedras e voltamos a subir a pirambeira. Ops. Cobra no caminho... Marcelo tomou um susto, mas foi tudo tranquilo, ela voltou para o mato e seguimos a trilha.

A volta é bem chatinha, caminhar pelas pedras nos trilhos enche o saco. rs O visual é bonito, não tem sombra e tem que ficar esperto com os trens. Eu e o Minduim fomos na frente, conseguimos sair dos trilhos quando um trem estava parado e vinha outro descendo. O marcelo e a cris, não tiveram a mesma sorte e ficaram parados encostados numa mureta. Bem perto dos vagões descendo.


Grande Minduim , está lá no céu, no alto da nuvem mais alta, nos aguardando :)
Depois de uns 3/4km andando nos trilhos, chegamos no Jamil. Paraná estava acordado e sentando em frente a nossas barracas. Tomamos uma ducha, e para variar Minduim foi para cozinha fazer o rango. 25minutos depois chegaram a Cris e o Marcelo. Almoçamos e ficamos morgando por ali.

Depois desmontamos o acampamento, e seguimos rumo a nossas casas. baterias carregadas, novas histórias, muitas risadas e esperando a próxima.




Dicas:
  • Como chegar: Pegar ônibus no terminal metro vila mariana até o terminal Parelheiros e lá pegar outro ônibus para o bairro da Barragem. descer no ponto final. Depois seguir pela estrada de terra até a linha de Trem. Você irá passar pela Estação Evangelista de Souza, Propriedade do Jamil, a Usina fica  numa trilha a direita antes do túnel 27. Depois só seguir a trilha, vai chegar no rio aonde existe uma carcaça de uma ponte de madeira, só atravessar com cuidado pelo rio e verá a cachoeira.
  • Leve tênis confortáveis pois caminhar sobre os trilhos do trem é bem cansativo
  • Dá para chegar de carro até a cachoeira do Jamil.
  • Como pega um trecho urbano é recomendado não levar nada de valor.
  • Levar lanterna, todas as vezes que retornei estava escuro caminhar pela estrada.

Travessia da Serra Fina - Quarto Dia

Último dia da travessia, acordamos cedo preocupados com o horário do nosso resgate, as 15h na BR. Eram 5:40am e mais uma vez as barracas estavam bem úmidas. Dessa vez não teve tempo de esperar secar. Arrumamos tudo e as 7am já estavamos caminhando.
Sol nascendo do Cume dos 3 Estados

Do Pico dos 3 Estados dá para avistar mais dois morros e o provável vale teríamos que descer.

Ultimos dos cumes
 Antes de chegar no último cume, o Ivos 2513m ainda rola uma escalaminhada. Nesse trecho encontramos as duplas da corrida de aventura. Eu aproveitei o embalo e desci rapidamente. Só fui encontrar meus amigos no final da trilha.



A descida é bem íngrime e cheia de bambus e arvores fechando a trilha. Não tem como se perder, a trilha é batida e ainda tem algumas marcações.

Galera reunida no Ivos
No final a trilha fica aberta e gostosa porque não tem nada se agarrando a você. Você chega no final numa bifurcação, nós optamos ir a esquerda, para a BR. Passamos por uma fazenda sem ninguem, tomamos mais agua e quase na BR, paramos ao lado de uma caixa de agua. Ali tomamos banho de caneca, abrimos as barracas para secar, trocamos de roupa, rolou um almoço coletivo e matamos a hora até a chegada do resgate. Chegamos cedo, por volta das 13h e o resgate só chegaria as 15h

Ficamos sentados a beira da BR em Itamonte e nosso resgate, o Mauricio ainda nos trouxe umas cervejinhas para fecharmos com chave de ouro essa bela travessia


Chegamos na rodoviária e o bus da Cometa das 17h só tinha um lugar, pegamos os da 18:20. Ainda vimos o pessoal de Paraglider vir das montanhas e pousar próximo a Rodoviária de Passa Quatro.

E assim termino o relato, recomendo a todos meus amigos e amigas, claro aqueles que já estão acostumados com travessias, a Serra Fina não é um percurso longo, porém a muitos obstáculos, como bambus, mata e os poucos pontos de agua. Além do que é alta montanha, qualquer chuva pode se tornar muito perigosa.



Equipamentos que levei:
Mochila Arcteryz bora 80
Saco de dormir quechua s5
Isolante inflável
Bastão caminhada 500 quechua
GPS HCX vista
Segunda pele da Solo
Fleece 50 quechua
Anorak Hi tec
Gorros e Luvas
Head Lamp Guepardo
Botas Titã Vento
Fogareiro Guepardo + cartucho de gás nautika
Panelas + comidas pesando +ou-5kg

Travessia da Serra Fina - Terceiro Dia

Hoje acordamos as 6am no alto da Pedra da Mina. Muita umidade e o que nos atrasou um pouco, pois tentamos secar um pouco as barracas. Tranquilo porque a Serra era nossa. Saímos eram 8:45am.

A trilha é bem sinalizada, é só descer com o vale do Huah a frente.


Descida da Pedra da Mina com o Huah a frente
Rapidamente chegamos ao Vale do Huah, famoso pelos capins de 1.6m. Ali havia uma barraca de apoio da corrida de aventura do CAP. Eles marcaram todo o vale do Huah. Ali, caso não tenha marcação, é sempre caminhar com o rio a esquerda e sentido ao V do final do vale (formato que da entre duas montanhas)
Vale do Huah com o acampamento e o rio. Só seguir o V do final do vale
Os capins são altos e existem vários caminhos entre eles. Siga as dicas já citadas e logo estará no pé do morro que temos que subir e sair da margem do rio. Ali abasteça com bastante agua. você só vai ver água no final da travessia. Carreguei 6l de agua. No morro, você avista uma marcação vermelha e um totem a direita na subida. saímos do Huah por volta das 10:30. Agora dalhe subida.

O cume dos 3 estados está bem longe, ainda passamos por muitos bambus e matas.
Ao chegar ao cume do Cupim 2530m avistamos o Pico dos 3 Estados. Mesmo assim tem uma grande descida entre mata fechada e outra subida. Bem estressante.



Pedra dos 3 Estados lá longe
Há vários totens e marcações nesse trajeto também. Essa parte também é bem cansativa. Depois de algum tempo chegamos na base do Pico dos 3 Estados. De longe parece ser mais díficil, mas você subindo aos poucos e se apoiando no capim, até que é tranquila. Só é ruim a mochila pesada com a agua.

Chegamos no Cume por volta das 15:30, lá em cima tem vários pontos de acampamento e um totem com arame escrito o nome dos 3 estados: São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais e que da o nome ao Cume.
Algumas fotos depois, montar a barraca, arrumar as coisas, fazer o jantar, hoje foi macarrão, azeite e alho.
Lá para as 18h começou o por do sol. Às 19:30, ja estava na barraca. Dos 6.l que peguei, estava com 2.5l para finalizar a travessia.
Por do sol

Tracklog e altimetria: http://connect.garmin.com/activity/224344238



Fotos com legenda: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151149809424812.473203.576754811&type=1&l=99a9c345fe


Travessia Completa


Travessia da Serra Fina - Segundo Dia

Segundo dia da travessia, acordamos por volta das 5:40am. Estava um pouco frio, mas não estava tão úmido. Barracas secas. Assistimos o sol nascendo, preparamos nosso café da manhã, desmontamos nosso acampamento e por volta das 7:15.

Do Capim Amarelo, você vê a Pedra da Mina, parece impossível chegar. Mas tem um caminho que nos leva até ela. A saída do Capim Amarelo é um pouco complicada, mas os totens e o gps ajudaram.


Olhando para a Pedra da Mina
A descida é forte e os bambus castigam. Na hora do capinzal atenção nas marcações de fitas vermelhas ou amarelas, foram mais úteis que o GPS. Mais sobe e desce pela serra e o Cume cada vez mais próximo.

Logo chegamos na Cachoeira da Pedra Vermelha, o primeiro ponto de agua nesse dia, ali a agua tem um gosto forte, se você não tem agua aproveite, se quiser, mais meio km tem o Rio Claro e mais água.

No rio é uma ótima parada para se refrescar e subir ao cume sem sol forte. Ficamos em um espaço para acampamento, comemos algo, descançamos e eu aproveitei para entrar num pequeno poço. Agua super gelada. Começamos a subir ao cume por volta das 16:15, dessa vez levei 3.5l, porque no outro dia tinha mais agua no vale do Huah.

A subida é bem íngrime, mas a paisagem do lugar tira mais o folêgo.
Subida da Pedra da Mina
Chegamos ao cume eram quase 18h.

Assinei o livro do cume, agora só faltam 4 para completar os 10 maiores do Brasil :)



Depois montei o acampamento, fiz o jantar, hoje foi arroz integral e feijão preto da Vapza. Apreciamos o por do sol e as estrelas, as 20:30 estava desmaiado escrevendo dentro da barraca.


Por do sol visto da Pedra da Mina
Dicas: 
* Há marcações na grande maioria da travessia
* Se você for acampar no Cume da Pedra da Mina, faça suas necessidades longe do acampamento e de preferência recolha seu papel
* Cuidado com a comida fora da barraca (os ratinhos)

Tracklog e altimetria do dia: http://connect.garmin.com/activity/224344226


Fotos com legenda: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151149786079812.473201.576754811&type=1&l=742980d4e2


Travessia Completa


Travessia da Serra Fina - Primeiro Dia

Depois de muito tempo, consegui entrar em um grupo que poderia ir a Serra Fina sem ser no feriado e com isso fugir da grande quantidade de pessoas que ali vão nos feriados, principalmente o de corpus christ.

Eu, Luci, Carlo, Marco, Tiago e Ricardo. Todos, menos o Tiago que iria no dia seguinte pelo Paiolinho na Pedra da Mina, saímos de Sampa às 23:30, via viação Cometa, para a cidade de Passa Quatro (MG) (R$45,00). A viagem é demorada porque o ônibus vem de pinga pinga por São José, Taubaté, Cruzeiro até chegar em Passa Quatro por volta das 3:40 am.

Deu tempo de arrumar a mochila, colocar o peso para parte inferior dela, ajeitar as garrafas de água. É bom levar garrafas pet's vazias. Você chega está tudo fechado. Minha mochila sem as garrafas de agua, estava pesando 18kg.

A Lu tinha combinado com o Mauricio do Refúgio da Serra Fina de ser nosso resgate na ida e na volta (http://refugioserrafina.com.br/) (R$50 para cada), ele chegou na hora exata, as 4am e fomos para seu refúgio, que é próximo ao começo da trilha. O Refúgio é totalmente novo e bonito, experiência de quem é montanhista, já viajou bastante e ainda manda bem na cozinha. Ali tem trilhas e cachoeiras e você pode fazer  um bate volta ao Cume do Capim Amarelo. As diárias são por volta dos R$80, altamente recomendado.

Depois de passear pelo Refúgio, começamos a caminhar por volta das 5:30am. A trilha é bem demarcada, passa por uma porteira e logo você está na Toca do Lobo. É um dos pontos de água da travessia. 


Mapa da Travessia com pontos de agua e acampamentos
Aqui na Toca do Lobo, fizemos nosso café da manhã, abastecemos nossas garrafas e por volta das 7h começamos a Travessia.

A maior dificuldade da Serra Fina são os bambus, o capim alto e tambem os poucos pontos de água. A trilha segue atravessando o rio, a direita. Depois segue bem demarcada sentido ao Capim Amarelo.


Passamos por bastante bambus e capins e continuamos subindo. Há algumas marcações e totens também. Antes do morro do Quartizito há o último ponto de agua do dia. O próximo só no dia seguinte, dali a trilha tem um totem avisando da saída da água e abastecemos mais uma vez nossas garrafas, levei 4.5l.

Depois é só subir subir, atravessar a famosa foto da Serra Fina, tudo demarcado.

No primeiro dia paramos bastante devido ao cansaço da noite anterior na viagem. Rolou até umas piscadas encostados nos capins. A sorte que o sol nesse dia não estava forte.


O imponente Capim Amarelo e com a vista da trilha que leva a ele
Chegamos ao cume do Capim Amarelo, 2491m às 13h. No cume é um ótimo lugar para se acampar, o capim presente no local nos protege do vento.


Acampamento no Cume do Capim Amarelo

Por do sol visto do Capim Amarelo
As 19h estávamos todos nas barracas, exaustos e com sono.

Dicas
* No primeiro dia existem duas opções de abastecer de água.No segundo ponto abasteça agua para até a tarde do dia seguinte.
* Calças e camisa de mangas compridas são essenciais

* Não pendure nada fora da mochila, enrosca e é capaz de você perder para algum bambu. 

Fotos do primeiro dia da Travessia: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151149747774812.473196.576754811&type=1&l=aa1525c95f

Tracklog e altimetria:
http://connect.garmin.com/activity/224344219

Travessia Completa


terça-feira, 4 de setembro de 2012

Travessia MG x ES no Parque do Caparaó

Depois de dois anos, retorno ao Parque do Caparaó para realizar a Travessia de MG até o ES, desta vez solo e com o parque vazio. Também coloquei na minha lista mais duas montanhas que estão entre as 10 do Brasil: Pico do Calçado: 2.849m e o Pico do Cristal: 2.769m. O Bandeira já subi, tem 2.891m.

Aqui está o link do relato de quando subi o Pico da Bandeira em 2010: Primeiro relato do Raffa no Pico da Bandeira

Agora fiz diferente, aproveitando minha visita ao Ibitiblues em Ibitipoca, fui de carona para BH, onde passei a noite. No dia seguinte fui para a Rodoviária (segunda dia 27/8), comprei as passagens BHxManhumirim, via Pássaro Verde. às 7h. Minha intenção era partir para a Portaria do ES, mas aconteceram imprevistos. Segue o relato:

Segunda-Feira, 27 de agosto - Andar de ônibus cansa mais que caminhar

Parti de BH às 7h da manhã pela Pássaro Verde, era para ser 6h de viagem, mas o ônibus quebrou e levou mais de uma hora até aparecer outro. Aproveitei para dormir bastante. Só fui acordar quando páramos em Ponte Nova. Almocei na Rodoviária. Prato simples e barato. Depois o ônibus seguiu de pinga em pinga até Manhumirim, cheguei às 16:10. Por sorte, o próximo ônibus para o Alto do Caparaó (16h) não tinha passado. Para Espera Feliz só às 18h. Preferi seguir para o Caparaó.



Como os planos mudaram, não conseguiria chegar a tempo de ver o pôr do sol no Tronqueira, resolvi procurar uma pousada em Alto do Caparaó. E tive sorte, um morador e guia me viu com a mochila e perguntou sobre o pico da bandeira, aproveitei e pedi uma indicação de pousada barata. Prontamente atendido. E a pousada fica ao lado do início da trilha. Pousada Vale Verde (32 3747 2529) Dona Lili, valor R$30 com café da manhã incluso. Pousada limpa, quarto e camas confortáveis e ainda com vista ao Pico do Cristal

Foi melhor dormir e descansar na pousada e na terça bem cedo levantar e caminhar até o Terreirão.
Arrumei as coisas, último banho quente e fui jantar no restaurante mineiro (Av. Pico da Bandeira) R$10, comida a vontade, muito bom. Dormi cedo.



Gastos:
Taxi Rodoviária: R$15
Bus BHxManhumirim: R$82

Almoço+Compras: R$15
Bus ManhumirimxAlto do Caparaó: R$4,30
Jantar: R$12
Mercado: R$10
Pousada com café da manhã: R$30


Terça-Feira, 28 de agosto - O começo da caminhada

Acordei primeiro que o alarme, eram 6am. Arrumei a mochila tranquilamente e fui tomar o café da manhã, café, leite, frutas, pão com manteiga e bolo. Me despedi da Dona Lili e comecei a trilha por volta das 7h am.


A subida até a portaria são 2km de uma subida íngrime. O Sol foi revezando com as nuvens, tempo muito bom para se caminhar. Cheguei na portaria mineira do parque às 8h, preenchi a ficha, paguei as taxas (R$23 reais) e continuei a subida.


Depois de 6km cheguei ao Tronqueira, o primeiro camping. Eram 10h am.
Ali 4 jeeps esperavam um grupo que tinha subido ao Pico da Bandeira. Daqui para o Terreirão são mais 3,7km. A subida é mais tranquila, mas tem mais pedras. Tudo sinalizado e sem perigo de se perder.

Nesse trecho fui pego por uma chuva fraca, fiquei bem triste com medo das próximas horas. Passei pelo Vale Verde, Cachoeira Bonita, Vale Encantado, mas como da última vez já tinha conhecido, dessa vez, não parei.

Cheguei no Terreirão meio dia. Vazio !! Não imaginava essa cena. Só eu, os passarinhos e um gavião carcará.
Terreirão

Fui ao banheiro, água geladaaa, fiquei nas toalhas umedecidas. No abrigo de pedra, estava bem sujo, recolhi uma sacola e meia de lixo, detalhe, que o Terreirão é abastecido de várias lixeiras. Ser humano é porco ao extremo.

Abrigo de Pedra

Fiz meu almoço, arroz, linguiça com cebola e maionese. Depois, por volta das 16h, estiquei meu saco de dormir no chão do abrigo. Hora cochilava outrora acordava com o barulho a chuva. Fiquei bem apreensivo. Se continuasse não prosseguiria. Ao escurecer ganhei a companhia de pequenos ratos. Não consegui dormir mais. Por volta das 22h levantei e vi que a lua brilhava no céu, me animei, dei uma volta lá fora, retornei ao abrigo e fiz um jantar (macarrão alho e óleo). A temperatura tinha caído bastante, estava 5graus.

Como os ratos não me deixavam dormir, peguei minhas coisas e fui para aonde tinham as pias e os banheiros, ali rola um teto e fiquei deitado até a uma da manhã. A 1:30 já estava pronto para caminhar até o Bandeira. Céu limpo e estrelado.

Quarta feira, 29 de agosto - O ataque

Ao contrário da última vez, nenhuma lanterna e nenhuma pessoa na trilha. Estava com o GPS, mas a trilha é bem sinalizada.

Depois de caminhar 1,5km, baixou uma neblina bem densa. Não conseguia enxergar 10m a frente. Fui bem devagar para não deixar passar nenhuma seta e de olho nos buracos e riozinhos formados pela chuva. Um pé molhado lá em cima não seria uma boa.

A neblina não baixava, pensei em desistir. Mas segui em frente olhando ao redor, caso chovesse, montava a barraca.

Ao ganhar altitude, a neblina foi ficando para trás e agora minha companheira de trilha era a Lua que estava vermelhinha. Estávamos "na mesma altura". Visão fantástica.

Cheguei no Pico da Bandeira às 4am. Frio e ventava bem pouquinho, fiquei entre duas muretas da torre e da   imagem de Jesus Cristo. Ali, troquei a roupa por uma seca e fiquei esperando a hora do sol sair. O céu totalmente estrelado. Ao amanhecer o termômetro marcou 2.7 graus. Dessa vez não passei tanto frio.

Às 5:15 começou o espetáculo !


Um show que a Natureza nos dá e não cobra nada. Para todos..
Um pouquinho para vocês :







Pico da Bandeira

Extasiado voltei para a trilha até a placa que apontava para a Casa Queimada no lado do ES. Dali, tambem há marcações. Tranquila.

Você sobe, desce, passa ao lado do Pico do Cruzeiro, passa por cima do Pico do Calçado, outro gigante, porém você já está tão alto que não percebe, bem mais fácil.


Pico do Calçado

Mais para a frente tem a bifurcação para o Pico do Cristal. A trilha é marcada e cheia de totens, tambem não precisei usar o GPS. Avistando parece estar próximo, mas leva um tempinho para chegar até o cume, atravessamos uns 3 ou 4 pequenos vales. A subida é tranquila e a última parte é uma pequena escalaminhada no maciço de pedra. Outra visão sensacional.

Pico do Cristal
Voltei para a trilha, peguei a mochila que tinha deixado encostada em uma pedra e segui as marcações para a Casa Queimada. A trilha do lado do ES é mais difícil, mais desníveis e lama porcausa da chuva. Mesmo assim não tem como se perder. 

Passei pela Pedra Duas Irmãs e segui montanha a baixo até o Camping Casa Queimada. Não havia ninguém. Parei para comer, tirei a roupa para secar ao sol e devido a não ter nenhuma cachoeira ou movimeto, resolvi ir até a portaria. Sem dormir direito e até ali já tinha caminhado cerca de 20km ou mais. Foi bem desgastante ir pela estrada até a Portaria do ES.

O primeiro trecho é uma descida para depois pegar uma longa e grande subida, depois a estrada continua a descer. Fiz uma parada na cachoeira da Farofa.

Depois de 5km cheguei ao Camping Macieira aonde tem mais duas cachoeiras, mas não parei porque o tempo estava fechando.

A estrada nessa altura é asfaltada e uma longa descida íngreme. Faltando 1km peguei uma chuva mais forte. Apressei o passo e cheguei na portaria do ES. Cinco minutos depois caiu uma tempestade de granizo bem forte. Ufa. Escapei.
Granizo

O moço da portaria tentou me ajudar procurando algum contato que me levasse dali até o Patrimônio (Pedra Menina), mas como os taxistas e donos de pousadas não aceitam telefonemas a cobrar, perderam o cliente. Uma outra moça passava ali de Moto, a Gisa e o cara disse que se ela podia ver uma carona para mim lá no Patrimônio. Ela pediu para esperar alguns minutinhos, que ia buscar o carro e me levar. Muito legal. Ainda me levou até uma pousada e também recomendou o restaurante. A pousada é a Pedra Menina da Dona Sebastiana (R$40 com café), muito boa. E para comer, fui na casa da xará da dona da Pousada, o restaurante era praticamente a casa da (outra) Dona Sebastiana. Comida caseira e muito simpatia por R$10. Os dois comércios ficam na Avenida principal da cidade. Enquanto jantava, caia outra tempestade. Ainda bem que não acampei la em cima.

Depois retornei a pousada, por volta das 18h. Dormi por 12h seguidas
Acordei na quarta feira e peguei o circular que passa as 8h até Espera Feliz. De lá há opções de ônibus para  SP ou BH.

Fim da caminhada e a alma abastecida de paisagens e momentos inesquecíveis. 

Gastos
Entrada e camping no parque: R$23 (fiquei com bônus de R$6 porque sai um dia antes)
Carona Portaria ES até Pedra Menina: R$20
Pousada Pedra Menina: R$40 com café
Jantar a vontade: R$10,00

Dados técnicos da Travessia:

Peso da mochila total 23kg)
km: +- 28KM (Do Alto do Caparaó até a Portaria no ES)
Equipamento:
Mochila Bora 80 arcteryx
Botas Nomade Titã (vento) (já andou mais de 1000km)
Meias da Quechua
Segunda pele da SOLO (primeira vez que usei e aprovado)
Calça Segunda Pele da Quechua
Fleece 50 da Quechua
Abrigo North Face
Barraca Nautika falcon 2p
Fogareiro e headlamp da Guepardo
Camisetas dryfit: 4
Gorro, luvas e cachecol
Uma calça e uma bermuda tactel.
Camelback
bastão caminhada quechua 500
GPS etrex h vista
Comida: Macarrao espaghetti, alho, azeite na latinha, arroz em saquinho, feijoada vapza, linguiça fininha, tang, queijo provolone, queijo ralado, sal, tempero sazon, cebola, sache de maionese, lata de atum, chocolates e amendoins

Tracklogs: em breve


De volta a Ibitipoca

Fim de semana, dias 24 e 25 de agosto, retornei ao paraíso chamado Conceição de Ibitipoca. Quem não leu a primeira vez, ai vão as dicas: Ibitipoca by Raffa I

Dessa vez foi diferente, fui de ônibus para o Rio de Janeiro e depois para Guapimirim aonde me encontrei com meu parceiro carioca de trilhas, o Anderson. Me juntei também a filha dele e ao querido Dudu.

Claro que antes, me abasteci na lanchonete deles, a Natacha Lanches (em Guapi), um super contra filé com fritas com direito a torrada com queijo e outra com ovo. Dá água na boca.

De lá subimos a Serra de Teresópolis na sexta feira de manhã. uma visão muito bonita porém, quem sofre de labirintite é uma tortura.

Chegamos em Ibitipoca por volta do meio dia. O Anderson, Natacha e o Dudu ficaram em uns chalés ao lado do Ibitilua. aonde seriam os shows do Ibitiblues. Os chalés chamavam, custo 50 reais a diária. Fora de feriados ou eventos, custam cerca de R$30

Eu, segui sentindo a roça, alugamos uma casa a 1km do vilarejo, próximo ao bar Candeias (do Firma). Ali ficamos 12 pessoas. Cerca de 45 reais por pessoa o fim de semana. A dona super simpática até ofereceu matar uma galinha e fazer para nós.

Na sexta ainda deu tempo de visitarmos o parque, desconto por ser dia da semana, R$5. Almoçamos em frente ao Ibitilua (camping) e no parque, fizemos o circuito das aguas,eu, Anderson, a Natacha e o Dudu, esse com uma super força de vontade, pois foi a primeira vez que fez uma caminhada, após sofrer um acidente e perder mais da metade da visão e parte dos movimentos do lado direito. Finzinho da tarde fui para a casa esperar os mineiros.

Sábado de manhã fomos todos para a Vila tomar o café da manhã e caminhar pelo parque. Chegamos perto das 9h e ainda tinha lugar dentro do parque para estacionar. Lá encontrarmos com o Anderson, a Natacha, Araceli e sua filha.

Fomos caminhando até a Janela do Céu. Passamos pelo Cruzeiro, o Lombada, algumas Grutas, a Cachoerinha e finalmente a Janela. A visão continuava linda, porém a água muito mais gelada da última vez que estive por lá. Também não estava muito cheio. O parque mesmo vazio, não tem perigo de ninguém se perder, ele é totalmente sinalizado.


Eu na Janela do Céu

O caminho da volta fizemos diferente, em vez de voltar pelo mesmo lugar, seguimos a placa do Camping que tem perto da Cachoeirinha, a trilha é mais longa, mas é mais fácil.Todos aprovaram a idéia. Durante o percurso existem dois poços para nadar e também a gruta do monjolinho, aonde voce entra dentro de uma pequena galeria e da para nadar.

Fim do passeio no parque, comemos algo na lanchonete do local e seguimos para a casa, aonde rolou um jantar coletivo. Depois alguns foram assistir o Ibitiblues e outros foram ao Bar Candeias (Do FIRMA). Uma bar muito especial, totalmente decorado com raízes de plantas, capas de discos, muita teia de aranha e enfeites em geral, o melhor é a pinga que aparece de forma mágica na sua mesa.

Aqui uma parte de um vídeo antes da aparição, acho que a outra vou ficar devendo para vocês terem a SURPRESA

Vídeo By Ju no Bar do Firma

O dono do bar também é uma fígura, me fez ir até o freezer e me servir. Se serve de motivação para voce beber mais, funciona. O som tambem é agradavel, de blues ao rock and roll.

Depois de altas cervejas e risadas voltamos para a casa.

Domingo de manhã, a maioria curtiu uma ressaca e preguiça na casa, eu a Nataja e o Tinoco voltamos ao parque. Fizemos o circuito das aguas novamente, com direito a mergulho, no caso do Tinoco, eu só fiquei olhando, muito fria a água.




Por volta das 15h estávamos todos pronto para retornar a BH. Eu ainda continuaria na estrada, seguiria para realizar a Travessia do EsxMG no Parque do Caparaó.

A volta foi tranquila, sem trânsito até BH. Ainda deu tempo de ver os dois últimos gols do clássico ZeiroxGalo em um bar a beira da Lagoa.

Equipos: Botas Titã Nomade, parte de cima da minha mochila Arcteryx, protetor solar, boné, câmera fotográfica, salgadinhos.

Ponto positivo: Parque limpo e totalmente sinalizado.

Ponto Negativo: Altos preços do Ibitiblues, 100 reais dois dias de shows.

Gastos: por volta de R$300 reais.

FOTOS DA VIAGEM: 
https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10151129729704812.469301.576754811&type=1&l=48cb2fb389