terça-feira, 10 de setembro de 2013

Águas da Prata - SP

Depois de longos 5 meses, consegui uma folga no trabalho para tirar o pó da mochila e da barraca. Como alguns já sabem, trabalho as sextas e domingo a noite, o que impossibilita algumas viagens ou travessias mais longas. Certo dia, chegando ao trabalho fui avisado que teria 10 dias de folga, os olhos brilharam. Para onde ir sem planejamento, pouco dinheiro já que não tinha previsto a folga ??

Pensei algumas possibilidades, travessia estava descartada por causa dos altos custos em deslocamento solo e pouco tempo para organizar, tive a notícia no Domingo a noite. O que me veio a mente, lembrei de uma matéria, foi uma cidadezinha Águas da Prata, divisa com Poços de Caldas e claro, minha querida São Thomé das Letras, aonde acontecia pela primeira vez o Blues na Montanha.


Na segunda feira pesquisei os horários dos Ônibus e o trajeto, avisei o Camping em Águas da Prata e a Dona Cida, da pousada em São Thomé.

Sai de Itatiba na terça feira pela manhã sentido Campinas, onde peguei um ônibus destino a Poços de Caldas-MG pela Viação Cometa (ele parte de São Paulo). R$32,00. Após passar por Águas da Prata, você precisa pedir para descer no Pedágio (que vai para Poços), dali você precisa atravessar a rodovia e o Camping do Paiol está ao lado.

O Camping do Paiol é um lugar com muito verde e calmo, tá certo que na madrugada você ouve o barulho dos caminhões que rasgam a rodovia, mas ai é só acampar mais para o fundo, lugar que não falta.



No camping há uma piscina, um lago onde é possível pescar, chalés, churrasqueiras, uma cachoeira, banheiros grandes, um quiosque que vende bebidas e porções e segurança.

Após uma pequena conversa com o Daniel, paguei as diárias, R$35 (duas), comi uma porção de fritas bem caprichada e fui caminhar pelo camping.

A Cachoeira é bem gostosa, pena que não tive coragem de entrar, aliás um pouco de preguiça porque queria ir até a cidade, que fica a 3km do Camping.




Voltei para a estrada e segui caminhando pelo acostamento sentido Águas da Prata. No meio do percurso, existe a Cachoeira da Cascatinha, é de fácil acesso, vindo de Águas, sentido Poços vocês irão ver uma Placa escrita Cascatinha, só seguir pela rua asfaltada até a queda.

Cascatinha


Como é bom viajar durante a semana, não tinha ninguém na Cachoeira, aliás nem no Camping.
Voltei para a estrada e continuei pela bonita estrada até a cidade.

Outra vista legal é quando passa pelo Ribeirão do Quartel. A vista é de uma ponte. O ribeirão corre paralelo a Estrada.



Logo após o Ribeirão, cheguei a fonte do Padre, aproveitei para matar já que estava na cidade conhecida como Rainha das Águas.





Cheguei na cidade e o tempo estava feio. Procurei algo para comer e infelizmente, devido ao horário estava tudo fechado. Ao caminhar pela cidade notei algumas setas amarelas, iguais ao Caminho de Santiago, eu falei quanta coincidência, pois tinha pensando para mim que caminhar solitário ao lado da Rodovia, me recordava o Caminho. E não é que não era só coincidência, a cidade é o ponto de partida para o Caminho da Fé, com sede nacional, carimbos e tudo que tem direito. Uma pena que estava fechada.



Começou a chover e por sorte parei na Padaria da Estação, o casal dono do estabelecimento muitos simpáticos foram minha cia até a chuva diminuir. Claro que o pão de queijo e o café também estavam ótimos. Bom o papo, mas a chuva não parava e ele me indicou o taxista da rodoviária em frente para me levar até o camping. Tinha esfriado bastante e não queria pegar chuva até chegar a minha barraca. A corrida deu 10 reais.

Cheguei no Camping, peguei umas dicas para a trilha do dia seguinte com o Daniel, tomei uma ducha e fui ler um livro na barraca, a chuva não parava. Só deu um tempo na madrugada, por volta da uma da manhã. Dormi bastante esse dia.


Quarta de manhã já não chovia, mas o tempo estava meio "xexelento", nublado e um pouco frio. ótimo para caminhar.

Segui o tracklog do meu gps até um ponto que estava fechado por uma cerca, falei com o morador que passava no local e ele me autorizou passar pela sua propriedade até a linha do trem, onde aquela cerca protegia. Pediu para ter cuidado para não pisar nas mangueiras.


Chegando a linha do trem, era caminhar até um vagão tombado a beira da ferrovia. A trilha bem aberta seguia para dentro da mata. Aliás a trilha era bem demarcada.




Depois que se chega ao rio, vamos alternando o caminho hora pela margem esquerda, hora pela direita e claro com várias quedas e poços. Eu não soube precisar qual que era denominada primeira, segunda, terceira quedas, etc.




E a trilha continuava a subir pela margem do Rio.




Há também alguns pontos para camping selvagem.
Como eu estava sozinho, fui com cuidado para evitar acidentes, mesmo assim, alguns escorregões e pisadas na água.




Ao chegar na quinta queda não consegui achar a trilha que continuava, me enfiei na mata fechada e nada. Ao ver o tracklog irão perceber o quanto fui e voltei pela trilha. Bom desisti e retornei pelo mesmo caminho.




Ao chegar na linha do trem não quis voltar pela casa que o morador tinha autorizado, ele disse que o cachorro estava preso, então entendi como um sinal. Também estava meio frustado por não ter feito ela completa.

Ao consultar o GPS vi que existia uma estrada de terra que levava até o final da travessia das sete quedas. Opa, era cedo e estava disposto. Segui a estrada de terra morro acima, e que morro. É possível ir de carro.



Chega uma hora que a estrada de terra bifurca e uma placa avisa que a trilha das 7 quedas está a esquerda. é só seguir.



Depois de caminhar entre eucaliptos, ouvir muitos macacos, ver tucanos, chega a essa construção abandonada. É só contorna-la e seguir em frente




No final da estrada é a entrada/saída da trilha. Até a Sétima Queda é pertinho, também há uma área para camping selvagem




Depois segui pela trilha sentido as outras quedas. Fiquei alguns minutos em umas pedras que serviam de mirante




Daqui era só descer sentido a sexta, quinta, quarta e outras quedas. Só que achei mais rápido voltar e descer pela estrada de terra, caminhar na linha do trem achei cansativo e perigoso, já que um pequeno trem tinha passado por mim.

Voltei para a cidade, parei na Padaria novamente e pedi dicas para almoçar, mas como era tarde também, me indicaram a lanchonete do Popota. Local com aparência simples, mas um bom lanche.

Depois voltei para o camping caminhando. No final das contas, após 5 meses, valeu a pernada.




Tomei uma cervejinha, merecida !




E também dormi cedo esse dia, já que no dia seguinte, queria ir bem cedo para a rodoviária para pegar o ônibus para Poços.

Na quinta acordei por volta das 4:30 e desmontei minha barraca, sai em direção a cidade eram umas 5 e pouco da manhã, experiência diferente, caminhar no escuro com as estrelas e os caminhões que voavam pela Rodovia (amarrei minha headlamp piscando atrás da mochila para efeitos de sinalização). Só foi clarear chegando na rodoviária. Ali eu soube que só teria um ônibus para Poços as 9 da manhã. Falei se tinha outra alternativa e ela me disse que tem um circular que passava as 7 e levava até a divisa com Poços. De lá era pegar outro ônibus até a rodoviária. 


Cheguei na Rodoviária de Poços e o mais fácil e indicado era ir até Varginha via Gardênia, e depois pela Coutinho ir para Três Corações, de lá segui a saga via TrecTur até São Thomé das Letras. Fui chegar por volta das 17h.

São Thomé dispensa comentários e já escrevi a respeito em meu blog: http://raffanocaminho.blogspot.com.br/2012/08/sao-thome-das-letras-by-raffa.html

Unica observação é que estava acontecendo o Blues na Montanha, evento gratuito e muito bem organizado e legal. Ano que vem quero ir de novo.



Outras dicas em Águas da Prata:


Como estava sozinho e sem carro, optei em fazer passeios próximos, na cidade há outras opções, como o Pico do Gavião, e outras tantas cachoeiras. 

FOTOS DO PASSEIO EM ÁGUAS DA PRATA: