Organizei alguns manuais de primeiros socorros, incluem transporte de acidentados, talas, afogamentos e sintomas na montanha.
Espero que seja útil para muitos. Informação sempre é bem vida e nesse caso podem salvar vidas.
NA ALTA MONTANHA*
COMO EVITAR A DESIDRATAÇÃO
a) beber um copo de água 15 min antes de sair;
b) beber um copo de água a cada 20min, durante o período de esforço;
c) beber isotônicos para repôr os eletrólitos perdidos.
INTENSO CALOR CORPORAL
Sintomas:
a) alteração do estado mental (confusão, falta de cooperação ou inconsciência)
b) pulso forte e acelerado;
c) dor de cabeça
d) debilidade
e) pele avermelhada e quente
O que fazer:
Colocar a vítima na sombra e refrescar sua cabeça e corpo colocando neve ou esfriando por evaporação, de forma que se jogará água sobre ela e se abanará energicamente. Quando a temperatura corporal estiver em 38,5ºC poderá suspender o tratamento. Mas sempre cuidar que o transtorno pode continuar durante certo período de tempo, podendo a temperatura voltar a subir. Deve-se fazer o mesmo procedimento e administrar bebida gelada, se a pessoa estiver consciente.
HIPOTERMIA
Existe hipotermia quando a temperatura corporal baixa de 35ºC.
A roupa úmida e a exposição ao vento aumentam muito o risco de sofrer uma excessiva perda de calor. A desidratação também passa a ser um fator de risco.
Uma caminhada num ambiente externo com temperaturas a 10ºC e um vento forte são cenários para um estado de hipotermia.
Os sintomas da hipotermia vão variando a medida que o corpo vai perdendo temperatura.
1º sintoma – tremores corporais leves– o corpo está tentando manter a temperatura através do trabalho muscular. (HIPOTERMIA LEVE)
2º sintoma – tremores intensos (HIPOTERMIA MODERADA)
3º sintoma – adormecimento dos membros – mãos e pés (HIPOTERMIA MODERADA)
4º sintoma – passada incerta (HIPOTERMIA MODERADA)
5º sintoma – funções mentais afetadas (HIPOTERMIA MODERADA)
6º sintoma – comportamento de isolamento e falta de cooperação (HIPOTERMIA MODERADA)
7º sintoma – temperatura corporal inferior a 32,5ºC (HIPOTERMIA GRAVE)
8º sintoma - tremor do corpo cessa (HIPOTERMIA GRAVE)
9º sintoma – vítima não caminha (HIPOTERMIA GRAVE)
10º sintoma – rigidez muscular (HIPOTERMIA GRAVE)
11º sintoma – comportamento confuso ou irracional (HIPOTERMIA GRAVE)
12º sintoma – inconsciência e morte (HIPOTERMIA GRAVE)
O que fazer:
O tratamento começa com deter a perda de calor, colocando a vítima em local abrigado e retirando a roupa úmida. Se a pessoa está consciente, ela pode beber líquido quente e alimentos com alto teor de açúcar. Manter muito cuidado com a hidratação do paciente é de fundamental importância. Se esses procedimentos já não forem suficientes, uma maneira de aquecer a vítima é mantê-la em contato corporal direto com outra pessoa que não estiver sentindo hipotermia.
Em caso de hipotermia severa, é necessário praticar um reaquecimento suave. Sempre que for possível, há necessidade de evacuar imediatamente o indivíduo para que o reaquecimento seja feito em hospital. A vítima de hipotermia deve ser movida com muita suavidade, para não enviar sem querer, um jato de sangue gelado, procedente da circulação periférica, direto ao coração.
Caso a vítima não possa ser removida, pode-se colocar garrafas de água quente enroladas em meias, nas zonas das axilas e virilha do afetado, aonde os grandes vasos sanguíneos passam perto da superfície do corpo. Colocar a vítima em um saco de dormir, em contato corpo a corpo com outra pessoa. Após recuperar a vítima, seguir monitorando a sua temperatura durante um tempo, pois pode haver retrocesso.
Como evitar a hipotermia:
1 – Evitar a umidade ou trocar a roupa úmida.
2 – evitar a exposição ao vento ou limitá-la ao máximo possível
3 – evitar ou combater a desidratação (em condições de frio intenso, o corpo pode eliminar parte de seus fluidos mediante a expulsão de maior quantidade de urina, induzindo um estado de desidratação)
4 – isolar-se adequadamente do frio.
Obs. Se acontecer o caso de ter que socorrer uma vítima com hipotermia e outra com congelamento de membros, sempre dar preferência à da hipotermia, pois essa condição pode levar a morte em pouco tempo.
CONGELAMENTO DE MEMBROS
Características: O tecido congelado fica frio, duro e pálido (ou arroxeado), podem aparecer bolhas.
Como proceder:
Os tecidos congelados são muito vulneráveis, e nunca devem ser massageados.
A pessoa com congelamento deve ser removida o quanto antes para atendimento médico, mas o tecido que está congelado, não deve ser descongelado até estar num local apropriado onde haja a certeza que, após descongelado, não irá retornar a congelar.
Para remover a pessoa da montanha, manter o local congelado, pois, após o descongelamento, o membro não poderá mais ser utilizado.
PATOLOGIAS DA ALTITUDE
Ritmo de ascensão
1 – Por cima dos 3mil metros, durma cada noite a não mais de 300 metros de desnível respeito ao ponto aonde dormiu na noite anterior.
2 – Duas a três vezes na semana, conceder uma noite extra na mesma altitude que a noite anterior.
Uma forma de adaptação à hipoxia das zonas altas é o incremento do ritmo da respiração.
Depois de ascender a grande altitude, a frequência respiratória continua aumentando durante vários dias, a medida que diminui o volume de dióxido de carbono misturado no sangue. Outra consequência normal da adaptação a falta de oxigênio é uma maior produção de urina por parte dos rins, que eliminam maior quantidade de líquidos do organismo, que fazem com que o sangue fique mais espesso.
Estas adaptações começam logo no começo da ascensão e perduram durante varias semanas. Chega um momento que o organismo começa a produzir maior número de glóbulos vermelhos, num esforço por incrementar a capacidade de transporte de oxigênio. Isto se chama policitemia (abundância de células no sangue), fazendo com que o sangue se torne mais viscoso e criando a dificuldade de irrigação de certos tecidos.
Neste processo todo, é fundamental manter um nível adequado de ingestão de líquidos, para conseguir boa aclimatação.
Na grande altitude, diminui a capacidade de conciliar um sono profundo. Na realidade, a maioria dos alpinistas padecem desse transtorno, com mais períodos de vigília durante a noite. É frequente que apareçam irregularidades no ritmo respiratório durante o sono, alternando-se ciclos de respiração lenta com ciclos de hiperventilação.
MAL AGUDO DA MONTANHA
Sintomas: dor de cabeça ,insônia ,apatia, falta de coordenação, inchaço em torno dos olhos ou do rosto, tosse, falta de ar, plenitude ou opressão do peito, respiração irregular, perda de fome, náusea , vômitos , redução do volume de urina , debilidade, sensação de pernas pesadas
O mal da montanha aparece mais ou menos um dia após a ascensão, e, nos casos mais leves, dura somente um dia; mas também pode seguir agravando. Em casos de piora, como dor de cabeça e enjoo, o melhor é tratamento é perder altitude, entre 600 e 900 metros. A melhora dos sintomas, depois de perder altitude, confirmará o diagnóstico.
É recomendado o uso de Ibuprofeno de 8 em 8h.
EDEMA PULMONAR DE ALTITUDE
No edema pulmonar devido à altitude, os fluidos orgânicos encharcam os pulmões comprometendo a função da respiração.
Os primeiros sintomas podem coincidir com problemas menores, como tosse persistente provocada pela irritação dos brônquios devido ao ar seco. Ao se agravarem os sintomas, existe a diminuição da capacidade de realizar exercícios físicos e se evidencia uma falta de inspiração e tosse violenta. A respiração e o pulso se aceleram. Se o grupo leva um estetoscópio, se ouvirá um som crepitante nos pulmões cada vez que o doente respira.
Caso se permita o avanço do edema, acabarão escutando sons burbulhantes durante o esforço respiratório. Os lábios e as unhas podem adquirir uma tonalidade escura ou azulada, refletindo a incapacidade do organismo para transferir oxigênio à circulação arterial. Um dos pontos chaves do edema pulmonar é que piora a medida que se ganha altitude.
Tratamento:
descer imediatamente
descenso de mil metros basta quando o edema é inicial.
Alguns alpinistas com histórico de edema costumam, como medida preventiva, um medicamento chamado de nifedipina.
* Retirado do livro "Montañismo - La Libertad de las Cimas"
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ou
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Manual de primeiros socorros feito por enfermeiras da Unicamp:
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Manual de Salvamento aquatico:
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Manual de Primeiros Socorros em conflitos Armados e situações de violência usado pelos profissionais da cruz vermelha.
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