terça-feira, 9 de setembro de 2014

Soy Loco



O louco é um sonhador crônico. é o guerreiro que como disse o poeta, percorre primeiro os caminhos que os normais cruzarão algum dia. Isso, se ousarem. louco é a melhor referência que a mim podem oferecer. se somos loucos não sei. se o que sou é ser louco que eu morra assim, louco. completamente louco. quero a sensibilidade dos loucos e a sua doçura. se o guerreiro é um louco, que sejamos loucos. se a luta por um mundo justo e igualitário é ser louco, que permaneçamos loucos. para que eu me torne humano tenha que ante ser louco, assim o serei até o fechar dos olhos para continuar noutro canto qualquer. sejamos então, loucos para que mudanças aconteçam. ahhhh... se os loucos fossem a massa do mundo, seria tudo bem mais colorido. a africa seria banhada pela fartura. a América do Norte seria mais irmã. a América do Sul seria mais ousada e o Oriente seria o mar da liberdade. se fossemos todos loucos não precisaríamos de Bíblia ou Alcorão. Se fossemos todos loucos não precisaríamos criar mitos para cultivá-los.

Se fossemos todos loucos não precisaríamos de um pergaminho para saber que Deus existe. os loucos descobrem o Deus no balançar das árvores. o louco sente Deus na mansidão do rio que corre e nas ondas aeróbicas dos mares. os loucos vêem Deus no olhar de amor. os loucos sempre dizem “Eu te Amo”. Dizem até para o estranho que chega. o louco não mata. o louco sobe em prédios em chamas para salvar vidas humanas e vidas animais. o louco não escora no barranco. os loucos, com as mãos nuas reviram a terra tombada pelos morros em busca de sobreviventes. a louca não aborta. a louca sorri diante a dor do parto ou, até mesmo, se sacrifica para que essa vida sobreviva. o louco troca o valor das $$ pelo valor de um abraço. o louco não esconde o prato e sim divide o pão. o louco senta no chão, namora de baixo da lua e se sente pleno apenas com o "leve tocar" da pessoa que ama. O louco cultiva jardins e não desiste do sorriso no rosto alheio. o louco vive a harmonia nos diferentes e nas diferenças.
sejamos então humanos e loucos.

Sejamos loucos.
Sejamos loucos.
Sejamos loucos até o cair da última folha.

(Primavera/2007)
Jurandir Barbosa

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