Conheci outra parte muito bonita da Serra da Mantiqueira, fica entre os Picos do Marins e Itaguaré. A região também tem cachoeiras, essas deixamos para uma próxima visita.
Recebi o convite em cima da hora (quinta a noite), a sorte que eu tinha uns miojos e outros petiscos sobras de outro acampamento. Fomos em 4: Thiago, Tiago, Luci e eu.
A intenção era chegar na Base do Marins e acampar no Morro do Careca, mas como saímos tarde, chegamos em Piquete por volta das 4h da manhã, não encontramos a estrada que levava a Base do Marins e chegamos em Marmelópolis. Lá encontramos várias placas da Pousada do Maeda, base do Marinzinho.
Não é que o imprevisto foi bom. Chegamos na Pousada por volta das 5h e o Sr. Maeda já estava de pé e nos recepcionou com toda energia e hospitalidade. O Maeda, para quem não o conhece é um jovem senhor montanhista que tem no seu currículo vários picos e é um dos "fundadores" da travessia Marins x Itaguaré. Sua pousada é bonita, várias fotos dos hospedes e também tem um museu "do montanhista". Além de tudo isso, ele cuida, e muito bem, do trecho da pousada dele até o cume do Marinzinho. (tudo sinalizado, limpo e cordas nos lugares de difícil acesso). Ele nos forneceu os mapas, as distâncias e ainda deixou prepararmos nosso café. Fechamos com ele também o resgate no Itaguaré (R$40 por pessoa).
Barriga cheia, sono e mapas em mão, seguimos pela propriedade do Maeda até uma estrada que leva ao começo da trilha (ele costuma levar o pessoal até essa entrada, assim, economizando a pernada na estrada, como ele tinha uma viagem marcada, não pode nos levar).
O Mapa é esse:
Mapa travessia |
O trecho da estrada é bem íngreme, bom para aquecer no frio e tirar o sono.
Não irei entrar em muito detalhes da trilha até o Pico do Marinzinho, porque elá está toda sinalizada com marcas amarelas, placas e até cordas em pontos de difícil acesso.
Corda e marcações |
Tiago, Luci, eu, Thiago e o Marinzinho ao fundo |
Chegamos ao cume (2.432m) depois de 4/5h com várias paradas para fotos e petiscos. Do cume avista-se toda a Travessia Marins x Itaguaré.
Não havia ninguém no cume do Marinzinho, ao contrário do Pico dos Marins que estava com bastante movimento e uma nuvem o encobrindo.
Pico dos Marins 2.427m |
Pedra Redonda (2.353m) e o Pico do Itaguaré(2.307m) ao fundo |
A descida do Marinzinho requer cuidado, tem pontos com cordas.
Esse trecho da travessia não tem mais as marcações amarelas, somente totens e a trilha batida no chão. A navegação é fácil, é ir pela crista, descer um pequeno vale e subir novamente sentido a Pedra Redonda.
Mais umas duas horas e chegamos a Pedra Redonda (2.353m)
Que não é bem uma "Pedra Redonda"
No cume tem um pequeno local para acampar, mas não recomendo porcausa do vento. Continuamos descendo a trilha e acampamos na primeira clareira. Antes da Pedra Redonda também é possível acampar, aliás, depois de ver as fotos em casa, a Luci nos disse que tinha acampado antes,
Clareira onde é possível acampar umas 4/5 barracas. |
Resultado da caminhada do primeiro dia, 24h no ar sem dormir.
Tínhamos tempo de sobra para fazer a comida, tomar um vinho e se preparar para a noite fria.
Até o sol se por foi tranquilo.
Como ninguém tinha dormido na noite anterior, todos capotamos cedo. Eu acordei várias vezes com frio, em uma dessas, olhei a temperatura marcava 8 graus dentro da minha barraca.
Acordamos as 6h para ver o sol nascendo.
Sol dando show atrás do Itaguaré |
Com o zoom da câmera era possível ver o pessoal em cima do Pico do Marins:
Com o sol batendo no nosso acampamento e nos aquecendo, aprontamos o café da manhã e desmontamos tudo. O saco de dormir do Tiago, que fez bivaque, e nossas barracas pareciam pano de chão depois da faxina, todo ensopado devido a umidade.
A trilha até o Pico do Itaguaré requer mais atenção nos totens e na trilha batida.
Capim alto |
Seguimos pela crista sentido ao Itaguaré.
Passamos por dentro de pedras, por capins bem altos e próximo ao vale que se chega a base do Itaguaré, gastamos uns minutinhos procurando a entrada da trilha que descia o vale por uma floresta de bambus e pequenas arvores. Nesse momento encontramos amigos de trilhas, o Célio e o Myung, que estavam fazendo o caminho oposto.
A descida é bem fechada pela vegetação, mas em poucos minutos você irá transpor e estará do outro lado. E da lhe escalaminhada (sem cordas).
Chegamos a base do Itaguaré, já existia um movimento de pessoas. Resolvemos parar para tomar um café e comer algo. Conhecemos um pessoal da cidade de Cruzeiro-SP.
Escondemos as mochilas e fizemos o ataque ao cume. Trecho ingrime e com totens.
Casal na subida ao cume |
Thiago |
Na parte alta do cume, o acesso é feito por uma pedra que para quem não tem equilíbrio eu não recomento passa la
Tiago passando pela pedra que divide a parte alta do cume |
Tiago no cume |
Depois dos clicks, conversas, risadas com as palhaçadas do Tiago, o caminho era longo e o tempo curto para o retorno. Daqui em diante é só descida. Aproveitamos para ligar para o Maeda e avisar da nossa descida (celular Tim e Oi funcionam no pico)
Saindo do Itaguaré, a trilha entra em uma floresta bem demarcada. É só descer, descer, descer até chegar a um rio, aqui a trilha segue plana até o estacionamento, ponto de encontro com o Maeda.
Dados do segundo dia da travessia
Ai foi só alegria até a Pousada
Na pousada ganhamos um café com o bolo e ainda deu tempo de conhecer o Museu do Montanhismo do Maeda.
Museu do Montanhismo do Maeda |
Café da tarde com o grande Maeda
Gastos, fomos em 4 (por pessoa). Saída de SP, passando por Itatiba:
Gasolina e pedágios: R$ 75,00
Resgate no Itaguaré: R$ 40,00 Pizzas e cervejas em Marmelópolis: 35,00 Dicas:
Contato:
H.Maeda http://pousadaecampingmaedasuldeminas.blogspot.com.br/ 19-3252-6834 ou 35-9949-8803 Marmelópolis - MG + fotos da travessia: |
- Fotos da Travessia 1ºdia: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10153461121329812.1073741858.576754811&type=1&l=0c8caa6f4e
- Fotos da Travessia 2ºdia: https://www.facebook.com/media/set/?set=a.10153461204639812.1073741859.576754811&type=1&l=091e63e3ba