quinta-feira, 23 de julho de 2015

Travessia Marinzinho x Itaguaré

Salve amigos e amigas,

Conheci outra parte muito bonita da Serra da Mantiqueira, fica entre os Picos do Marins e Itaguaré. A região também tem cachoeiras, essas deixamos para uma próxima visita.

Recebi o convite em cima da hora (quinta a noite), a sorte que eu tinha uns miojos e outros petiscos sobras de outro acampamento. Fomos em 4: Thiago, Tiago, Luci e eu.

A intenção era chegar na Base do Marins e acampar no Morro do Careca, mas como saímos tarde, chegamos em Piquete por volta das 4h da manhã, não encontramos a estrada que levava a Base do Marins e chegamos em Marmelópolis. Lá encontramos várias placas da Pousada do Maeda, base do Marinzinho.

Não é que o imprevisto foi bom. Chegamos na Pousada por volta das 5h e o Sr. Maeda já estava de pé e nos recepcionou com toda energia e hospitalidade. O Maeda, para quem não o conhece é um jovem senhor montanhista que tem no seu currículo vários picos e é um dos "fundadores" da travessia Marins x Itaguaré. Sua pousada é bonita, várias fotos dos hospedes e também tem um museu "do montanhista".  Além de tudo isso, ele cuida, e muito bem, do trecho da pousada dele até o cume do Marinzinho. (tudo sinalizado, limpo e cordas nos lugares de difícil acesso). Ele nos forneceu os mapas, as distâncias e ainda deixou prepararmos nosso café. Fechamos com ele também o resgate no Itaguaré (R$40 por pessoa).


Barriga cheia, sono e mapas em mão, seguimos pela propriedade do Maeda até uma estrada que leva ao começo da trilha (ele costuma levar o pessoal até essa entrada, assim, economizando a pernada na estrada, como ele tinha uma viagem marcada, não pode nos levar).

O Mapa é esse:


Mapa travessia

O trecho da estrada é bem íngreme, bom para aquecer no frio e tirar o sono.


Não irei entrar em muito detalhes da trilha até o Pico do Marinzinho, porque elá está toda sinalizada com marcas amarelas, placas e até cordas em pontos de difícil acesso.


Corda e marcações
Existem dois mirantes muito bonitos nesse trecho, passando por eles, o Pico do Marizinho estará bem próximo


Tiago, Luci, eu, Thiago e o Marinzinho ao fundo
Próximo ao Marizinho, a escalaminhada é forte. Não se preocupe, que o Maeda, facilitou para todos



Chegamos ao cume (2.432m)  depois de 4/5h com várias paradas para fotos e petiscos. Do cume avista-se toda a Travessia Marins x Itaguaré. 



Não havia ninguém no cume do Marinzinho, ao contrário do Pico dos Marins que estava com bastante movimento e uma nuvem o encobrindo.


Pico dos Marins 2.427m
Pedra Redonda (2.353m) e o Pico do Itaguaré(2.307m) ao fundo
Como optamos em não fazer o ataque ao Marins, aproveitamos bastante a vista e o frio do Marinzinho. A intenção era procurar um acampamento próximo a pedra redonda, onde a Luci, uma vez acampou (isso a dez anos atrás).

A descida do Marinzinho requer cuidado, tem pontos com cordas.



Esse trecho da travessia não tem mais as marcações amarelas, somente totens e a trilha batida no chão. A navegação é fácil, é ir pela crista, descer um pequeno vale e subir novamente sentido a Pedra Redonda.


Mais umas duas horas e chegamos a Pedra Redonda (2.353m)


Que não é bem uma "Pedra Redonda"


No cume tem um pequeno local para acampar, mas não recomendo porcausa do vento. Continuamos descendo a trilha e acampamos na primeira clareira. Antes da Pedra Redonda também é possível acampar, aliás, depois de ver as fotos em casa, a Luci nos disse que tinha acampado antes,

Clareira onde é possível acampar umas 4/5 barracas.
Resultado da caminhada do primeiro dia, 24h no ar sem dormir.


Tínhamos tempo de sobra para fazer a comida, tomar um vinho e se preparar para a noite fria.
Até o sol se por foi tranquilo.


Como ninguém tinha dormido na noite anterior, todos capotamos cedo. Eu acordei várias vezes com frio, em uma dessas, olhei a temperatura marcava 8 graus dentro da minha barraca. 

Acordamos as 6h para ver o sol nascendo.

Sol dando show atrás do Itaguaré
Se estava frio dentro da barraca, as 6h da manhã e com vento na nossa cara, o termômetro marcava 5 graus. Mas o show valia a pena


Com o zoom da câmera era possível ver o pessoal em cima do Pico do Marins:


Com o sol batendo no nosso acampamento e nos aquecendo, aprontamos o café da manhã e desmontamos tudo. O saco de dormir do Tiago, que fez bivaque, e nossas barracas pareciam pano de chão depois da faxina, todo ensopado devido a umidade. 

A trilha até o Pico do Itaguaré requer mais atenção nos totens e na trilha batida.

Capim alto
Seguimos pela crista sentido ao Itaguaré.

Passamos por dentro de pedras, por capins bem altos e próximo ao vale que se chega a base do Itaguaré, gastamos uns minutinhos procurando a entrada da trilha que descia o vale por uma floresta de bambus e pequenas arvores. Nesse momento encontramos amigos de trilhas, o Célio e o Myung, que estavam fazendo o caminho oposto.

A descida é bem fechada pela vegetação, mas em poucos minutos você irá transpor e estará do outro lado. E da lhe escalaminhada (sem cordas).

Chegamos a base do Itaguaré, já existia um movimento de pessoas. Resolvemos parar para tomar um café e comer algo. Conhecemos um pessoal da cidade de Cruzeiro-SP. 

Escondemos as mochilas e fizemos o ataque ao cume. Trecho ingrime e com totens.

Casal na subida ao cume

Thiago
Na parte alta do cume, o acesso é feito por uma pedra que para quem não tem equilíbrio eu não recomento passa la

Tiago passando pela pedra que divide a parte alta do cume
Tiago no cume
Depois dos clicks, conversas, risadas com as palhaçadas do Tiago, o caminho era longo e o tempo curto para o retorno. Daqui em diante é só descida. Aproveitamos para ligar para o Maeda e avisar da nossa descida (celular Tim e Oi funcionam no pico)


Saindo do Itaguaré, a trilha entra em uma floresta bem demarcada.  É só descer, descer, descer até chegar a um rio, aqui a trilha segue plana até o estacionamento, ponto de encontro com o Maeda.

Dados do segundo dia da travessia


Ai foi só alegria até a Pousada


Na pousada ganhamos um café com o bolo e ainda deu tempo de conhecer o Museu do Montanhismo do Maeda.

Museu do Montanhismo do Maeda


Café da tarde com o grande Maeda


Gastos, fomos em 4 (por pessoa). Saída de SP, passando por Itatiba:

Gasolina e pedágios: R$ 75,00
Resgate no Itaguaré: R$ 40,00
Pizzas e cervejas em Marmelópolis: 35,00

Dicas:

  • Levei 4 litros de água e foi tranquilo. A água na base do Itaguaré estava escassa e uma cor não muito convidativa. Se for pegar água, pegue a do Rio, no começo da trilha (do estacionamento) até a base. Entre o Itaguaré e Marizinho, não tem água.
  • A trilha é praticamente raspando bambus e pedras. Cuidado com mochilas, pernas, braços e suas mãos.
  • Vá preparado para o frio.
  • Fogueira nem pensar, muitos gravetos e vegetação de fácil combustão.
  • Próximo a pousada do Maeda existem cachoeiras muito bonitas
  • Após 1 ou 2km da Pedra Redonda sentido ao Itaguaré, existe uma boa área de camping entre a vegetação. Cabem umas 7 barracas.
Contato:
H.Maeda
http://pousadaecampingmaedasuldeminas.blogspot.com.br/
19-3252-6834 ou 35-9949-8803
Marmelópolis - MG


+ fotos da travessia:



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