quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Raffa, a origem !

Hoje arrumando minhas coisas no "bau" do Raffa, achei algumas fotos antigas. Sempre me perguntam de onde vem esse gosto de acampar, de fazer trilhas e quando foi que comecei a sujar o pé de lama e querer descobrir o mundão que habitamos.

Acho tão natural acampar que as vezes até prefiro ficar em uma barraca do que um quarto compartilhado, tem o lado da economia, menos gastos mais viagens, de ficar mais próximo da natureza, fora que não é todo lugar que tem pousada. Hoje em dia existem equipamentos muito bons e no meu caso, me sinto um rei no castelo (isolante inflável, barracas leves, mini fogareiro, ventilador). Antigamente não existia nenhum "fluflu" desses.  Barraca era de 10kg para cima, butijão de gás se quisesse fazer comida, cobertor e colchão de espuma para dormir.


A paixão de acampar e estar na natureza, com certeza herdei dos meus pais e tios. Olha a foto que achei da minha mãe nos anos 70, antes do pequeno Rafael nascer. Litoral de Sampa era bem selvagem.


Mama acampando em Peruíbe ou Itanhaém, litoral Sul de SP
E tem mais, agora uma foto com cores em 1974, essa é legal porque tenho a foto dessa barraca em 1993. Na foto estão mais duas tias e dois tios:

Tias, Tios, Mãe e o Frederico, meu primeiro vira lata
Nasci anos depois dessas fotos, mas, meus pais não pararam de viajar. Me lembro de ir várias vezes pescar com meu avô em lugares desertos ou inóspitos e de acampar na praia com meus pais. Sempre no litoral sul, na época era deserto e podia ficar na acampado na areia. Um desses acampamentos, me lembro até hoje, acordei várias vezes a noite com medo que as ondas do mar estivessem chegando na barraca. Estavam bem longe. 

Depois chegou minha irmã e creio eu, mais responsabilidades por parte dos meus pais e paramos de fazer os acampamentos. Tanto que minha irmã nunca acampou e não curte. Mas, eu não, continuei viajando com meus tios para o interior de São Paulo, excursões com a escola (Passalacqua) para a Caverna do Diabo, Cidade da Criança, São Lourenço e outros lugares.


eu e a mama com Itanhaém ao fundo, 1978
Minha primeira viagem acampando sozinho, foi mais ou menos aos 16 anos para Visconde de Mauá-RJ, uma excursão que foi organizada pelos alunos (mais velhos) do período noturno que eu estudava (Caetano de Campos). Lembro que choveu bastante, mas foi muito divertido. Liberdade total.

A primeira grande trilha deve ter sido em 1990 em Paranapiacaba, fomos até o Poço das Moças. Ainda voltei naquela serra no ano seguinte para descer até Cubatão.

Depois na sequência veio São Thomé das Letras-MG em 1992. Agora com meu primo, que praticamente é um irmão, pois fomos criados juntos e com amigos do bairro. Essa viagem também foi legal, acampamos no camping selvagem, aonde hoje em dia é o Centro de eventos. Lembra da foto da barraca em 1974 ?? Olha ela ai de novo, em 1993 em São Thomé, no mesmo camping selvagem:





Depois disso, apareceu outra paixão na minha vida, o tricolor. Um amigo mais velho que estudava comigo no Caetano de Campos, começou a me levar ao Morumbi junto com a torcida independente do São Paulo FC. Ele conhecia todos e com isso comecei a fazer muitas amizades e fui deixando os campings para os feriados prolongados (Ilha do Mel, São Thomé, Visconde de Mauá, RJ). Durante os finais de semana viajava com a Torcida. Conheci muitos estádios e cidades pelo Brasil e América. Foram vários anos viajando junto com o tricolor.

Lá pelo ano de 2002, comecei a viajar nos feriados e agora tinha a ajuda da internet, fiz amizades com pessoas com os mesmos gostos: as trilhas e os campings. Salve o mochileiros.com. Agora, com as informações, com os novos amigos, comecei além de acampar e viajar, fazer trilhas mais longas e difíceis. Assim estou até hoje.

Apartir de 2005, quando estava bem envolvido com a Torcida, eu e alguns amigos brigamos entre si, uns ficaram, outros saíram e nunca mais foi a mesma coisa viajar atrás do tricolor. Foi ai que centrei meu tempo e dinheiro para outra paixão, não que deixei de gostar do tricolor, mas as coisas mudaram e eu já tinha até passado por uma experiência que quase me levou dessa para o outro lado.

Sem acompanhar o tricolor, tinha mais tempo e dinheiro, participava de provas de trekking com a Equipinga, planejava férias longas, como na Chapada Diamantina e por ai vai. 




Compostelana
Com o passar dos anos fui realizando sonhos: Machu Picchu e o Caminho de Santiago, aliás o Caminho, quando eu falava que estava ali, também para realizar um sonho de garoto, poucos entendiam. Mas fui e realizei. As vezes nem acredito, tenho que ver as fotos tudo de novo e até a compostelana .
Conheci muitas pessoas e lugares fantásticos todos esses anos e uma coisa que aprendi é não deixar de falar, nesse caso, deixar de escrever, se eu posso escrever hoje: Quero agradecer tudo isso, primeiro aos meus pais e família, por me tornar essa pessoa que eu sou e também Deus que criou a vida e o nosso planeta que é lindo. 


E claro, todos os amigos que fiz durante todas essas viagens, trilhas, época do colégio, do bairro, da torcida e etc, uns estão distantes, outros mais próximos, mas todos são muitos importantes. Daqui não levaremos nada, só as experiências, as memórias e as sensações.

Ah, não esqueça de ensinar seu filho gostar de estar na natureza, de acampar, fazer trilhas e viajar, depois um dia ele vai ter um blog de viagem, as botas e as roupas sempre sujas de lama e vai escrever, com certeza melhor do que eu, mas com a mesma intensidade que eu sinto escrevendo isso, de como vocês foram importantes para a vida dele ;)







"A felicidade só é real quando compartilhada"
Rafael - 29 de novembro de 2012

2 comentários:

  1. Cara... muito bacana isso!
    Isso mexe com a gente.
    Quando pequeno meus pais adoravam viajar, e meus avós também, cada um da sua forma, mas sempre grandes distâncias. Uma vez fomos de carro de SP à Corumbá(familia da minha mãe) e de lá para Porto Alegre(família de meu pai) e a viagem durou 3 dias o que pra mim foi o máximo!

    O mundo é um livro e não viajar é apenas ler uma página.

    Abraços,

    Rapha.

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  2. Fala Rapha!

    Orra tambem tenho familia por parte de uma das minhas avós em Corumbá, uma pena que eu não tenho mais contato com eles. da hora.

    E não esqueça, voce tá incluso no ciclo de amizades que conheci através do mochileiros e estamos ai até hoje. quase 10 anos, o tempo passa !

    Valeu

    Forte abraço

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